Psiquiatria
A atuação do psiquiatra no cuidado de pacientes com transtornos alimentares tem como objetivo principal a organização multidisciplinar dos cuidados em saúde física e mental destes pacientes, bem como o diagnóstico e tratamento de eventuais comorbidades psiquiátricas destes pacientes.
Pode-se resumir os objetivos da atuação do psiquiatra em um ambulatório especializado no cuidado de pacientes com transtornos alimentares através dos seguintes tópicos:
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Avaliar os sintomas alimentares: a avaliação pode resultar em estabelecer um diagnóstico formal de transtorno alimentar ou não estabelecer nenhum diagnóstico de transtorno alimentar. O papel do psiquiatra também visa à avaliação de que os sintomas alimentares não são secundários a outros diagnósticos clínicos ou psiquiátricos.
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Fornecer ao paciente informações sobre os direcionamentos e expectativas acerca do tratamento: é papel do psiquiatra explicar aos pacientes a importância do acompanhamento interdisciplinar e quais os objetivos almejados com o seguimento conjunto com demais especialidades (como nutrição, psicologia, fisioterapia, e educação física).
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Discussão em equipe interdisciplinar: é fundamental que o psiquiatra discuta periodicamente com demais membros da equipe interdisciplinar. O objetivos das discussões deve ser expor o progresso do tratamento psiquiátrico dos pacientes, bem como obter opiniões dos demais colegas.
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Tratar as comorbidades psiquiátricas, bem como direcionar o tratamento de eventuais repercussões clínicas: é papel do psiquiatra a avaliação e tratamento individualizado do paciente para a promoção de seu bem estar biopsicossocial – seja através do tratamento de comorbidades em saúde mental, seja através de direcionamentos para as diversas modalidades de acompanhamentos clínicos frente a eventuais repercussões clínicas causadas pelo transtorno alimentar.
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Orientação familiar: o cuidado com os familiares é parte fundamental do sucesso no tratamento de pacientes com transtornos alimentares. É papel do psiquiatra promover o trabalho em conjunto com os familiares através de esclarecimentos e orientações claras e diretas.
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Dr Rafael Gobbo
Médico Psiquiatra Colaborador do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo, Brasil