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Nutrição

A nutrição da modernidade

Como nutricionista engajada na área psicológica e psiquiátrica, ponho-me a disposição de uma sociedade que vive e convive imposições e regras ditatoriais em prol de um padrão. Padrão conhecido e estudado em diversos contextos (sociológicos, psicológicos, etc.) como “ditadura da beleza”, fenômeno pelo qual banaliza mas também penaliza especificamente a natureza feminina.

Somos bombardeados diariamente por informações e desinformações que fortalecem ainda mais as fragilidades e inseguranças da sociedade. O Brasil é o segundo país onde se realiza mais cirurgias plásticas, e curiosamente o país onde dieta tornou-se estilo vida e não necessidade. Vivemos bombardeados de promessas, resultados rápidos e efetivos, masculinização de corpos femininos e uma total inversão de valores relacionados a imagem. A nutrição, de alguns anos atrás, a qual propôs cuidar, amparar, promover segurança alimentar tomou lugar a um inesgotável e lamentável mercado esculpidor de corpos.

Como nutricionista não faço e nunca farei apologia ao comer sem regras ou sem preocupações com o corpo, porém não estimulo o mercado da beleza utópica e não ensino padrões rígidos e/ou autopunitivos, veiculados a falsas mensagens de sucesso, controle, aceitação e felicidade.

O padrão imposto não respeita biótipos existentes e induz sutilmente a práticas nutricionais inadequadas, compensatórias e rígidas, aos quais apresentam inúmeros riscos a saúde. A nutrição além de ciência, é humana, gentil, orienta e jamais julga. Sejam críticos, sejam honestos com vocês mesmos e acima de tudo, lembrem-se que o alimento nutre seu corpo, mas sua mente também.

A partir desta leitura convido-os a serem protagonistas das suas próprias vidas...Até a próxima!

 

O papel da nutrição nos transtornos alimentares (TA)

 

Os transtornos alimentares (TA) são síndromes psiquiátricas caracterizadas por alterações no comportamento alimentar, preocupação excessiva com o peso e insatisfação com a imagem corporal, impactando a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. Os TA mais estudados são a anorexia nervosa (AN), a bulimia nervosa (BN) e o transtorno da compulsão alimentar (TCA). Embora apresentem algumas características em comum, a psicopatologia alimentar pode variar de acordo com cada TA. Portanto, os comportamentos alimentares alterados devem ser corretamente identificados para que o tratamento seja realizado adequadamente. Os manuais para manejo dos TA recomendam que o tratamento seja realizado por profissionais especializados, de diferentes áreas, tais como psicologia, psiquiatria, educação física, dentre outros incluindo a nutrição.

O acompanhamento nutricional visa à identificação de sintomas e comportamentos alimentares relacionados as condições clínicas de cada patologia. Estabelece metas de tratamento específicas e individualizadas, objetivando mudanças graduais e sustentáveis. Por fim, destaca-se a importância da atuação deste profissional para a correta identificação de atitudes alimentares disfuncionais e, posteriormente, para a realização do aconselhamento nutricional específico para cada TA.

Na sequência avalia-se a diferença do trabalho do nutricionista especializado nos TA (terapeuta nutricional) ao método tradicional:

Leandra Giorgetti

Nutricionista do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo, Brasil

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